
Ser sentimental é bom, é envolvente, prazeroso e encantador (no melhor sentido da palavra). Agora ser sentimental ao extremo é quase intragável, desesperador e ridículo. É ser piegas (por experiência própria), é ser inconveniente com as emoções.
O piegas (particularmente falando) é uma “encarnação” do coitadismo. É aquele que acha que seus carinhos, suas doces palavras e sua capacidade de atenção não cansam. É aquele que acha que nunca é correspondido, que o amor dos outros não atinge o nível que o seu é capaz de atingir nos outros.
Ser piegas é fazer Pieguismologia. É sempre exagerar na “romantização” de todos os acontecimentos da existência. É achar que tudo é sentimento e, às vezes, é a exclusão do racional em troca da exaltação do sentimento (por experiência própria). Ser piegas é ser exagerado ainda que seja amigo. É ser esse tipo de amigo como diz o Rei Salomão em um dos seus provérbios inspirados: “Quando alguém acorda um amigo de manhã bem cedo com um grito de “bom dia!”, o seu cumprimento soa como uma maldição.” (Pv 27.14-NTLH).
NA TRINDADE,
Andrei C. S. Soares.
[1] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. O Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p.533.
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