O preço da doação

A comida está suculenta, saborosa, indispensável. Você está aguardando aquele momento a muitas horas, ou quem sabe a algum tempo. O estômago já está lhe consumindo, é a fome que está lhe atacando. Então, com a graça de Deus, você começa a saborear o prato tão desejado, ou mesmo só o joga na boca, como quem querendo distrair a atenção do “bicho” fome.
Você nota uma mudança em si mesmo. Pouco a pouco, você vai se enchendo. É aquela alegria, aquele prazer do momento que toma conta do seu coração. De repente, um amigo chega, e você por educação oferece o último pedaço. Justamente, o que parece ser o melhor. O último pedaço é “o coroamento” do almoço, a cereja do bolo, o laço do presente, e você recebi um sim como resposta.
Dependendo, do seu grau de desejo, ou você ficará satisfeito com a doação, ou ficará remoendo por dentro, pelo fato de ter oferecido o pedaço.Essa situação já aconteceu comigo. Fiquei regozijante em ver a pessoa desgostando o último pedaço, e já fiquei remoendo: o porque ofereci o pedaço e a pessoa aceitou.
A doação tem um preço: desprendimento. Se não existir despojamento, desprendimento haverá angustia de alma. Sem desprendimento não há doação verdadeira. Se não houver desprendimento, a doação torna-se: bajulação, tentativa de suborno ou auto-elevação.
Doar é comprometer-se em fazer coisas desinteressadamente. É viajas para um lugar onde se encontrará grandes amigos, sem precisar cobrar “invisivelmente’ a atenção deles (uma espécie de centralização).
Doar é ser imitado de Deus. É praticar o verdadeiro sentido da palavra esmola. É dividir com o outro aquilo que você tem, pelo simples fato de que se deve fazer, e principalmente depois que se encontra o Mestre de Nazaré: doar é um prazer, como Ele mesmo disse: “É mais feliz quem dá do que quem recebe” (At 20.35 NTLH).
                                               NA TRINDADE,
                                                               Andrei C. S. Soares.

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