O Eclesiastes e os fins e começos da vida
Ec 3.15 (RA): “O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.”.
O desafio de falar de fins e começos
O que exatamente se pode falar no fim do ano para a Igreja do Senhor. O que posso dizer que possa ultrapassar minha compreensão do Evangelho. O que posso dizer que não seja contaminada por minhas percepções. Convido você para que caminhemos com o Eclesiastes, com o Pregador, com o sábio.
As mesmices da vida
Começamos com as palavras de Salomão, no cap. 1 v.9: “O que foi será, e o se fez, se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol”. A vida é feita de ciclos, de vai e vêm. Como diria a canção: “todos os dias é um vai e vêm à vida se repete na estação. (...) e a plataforma desse trem é a vida (...)”.
Como conviver com as mesmas coisas. O que deve nos impulsionar a viver as mesmas situações. As mesmas pessoas. A mesma igreja? Salomão começa o livro com certo “mau humor”. Ele vê certa acidez na vida que vive.
De fato, apesar de estarmos comemorando um novo ano, também estamos recebendo um monte de coisas velhas. Por vezes serão as mesmas situações, as mesmas alegrias. Não nenhuma mágica que pode ser feita, o que há é apenas um a mudança no calendário e um recontar dos dias iguais que virão.
Gostaria de compartilhar uma poesia de Carlos Drummond de Andrade:
Cortar o tempo
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. (Obrigado Ismael por me enviar este trecho da proesia)
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. (Obrigado Ismael por me enviar este trecho da proesia)
O desfrutar da imprevisível vida
Mas todo o clima de mesmice muda quando o velho sábio volta a olhar para Deus. Ele recebe o cotidiano como dádiva, e seus dias então se tornam presentes. O dia olhando para Deus, é um convite para o desfrute deles. Quando o sábio vê Deus então ele diz, Ec 2.24-25: “24-não há nada melhor para o homem do que comer e beber e permitir-se ter prazer no seu trabalho. Vi que isso também vem da mão de Deus. 25-E quem pode desfrutar da comida e da vida sem ele?”. Sem Deus a vida não tem o mesmo sabor, com Deus há um prazer verdadeiro, e com Ele se deseja doar.
A mesmice acaba com Deus, sendo Ele o doador e participante da vida, Ec 3.15 (RA): “O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.”. Com Deus é melhor viver a vida!
A vida, diz o sábio, é imprevisível. Nela encontramos injustiças, desigualdades e insucessos. Nela também encontramos a oportunidade de viver e desfrutar o que com muito trabalho se conquista. E ainda, se desfrutar com os outros, Ec 4.7-10: “7-Outra vez olhei e vi mais um absurdo debaixo do sol. 8-É o caso daquele que, não tendo parente, nem filho, nem irmão, não para de trabalhar. No entanto, seus olhos não se satisfazem com as riquezas. E ele não pergunta: para quem estou trabalhando? Por que não desfruto de nada? Isso também é ilusão e uma infeliz ocupação. 9-melhor é serem dois do que um, porque têm melhor recompensa do seu trabalho. 10-Pois, se um cair, o outro levantará seu companheiro. Mas pobre o que estiver só e cair, pois não haverá quem o levante.”. Desfrutemos mais a vidas com os outros!
Conclusão: Temer a Deus e guardar os seus mandamentos
A conclusão do sábio é surpreendente e empolgante. Ao começar o livro com certo tédio, ele o termina com um ânimo e dando uma resposta fechada do propósito de todo o homem: Temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec 12.13).
Em primeiro lugar, quem é sábio teme Deus. Este é o temor respeitador, reverente, pois se tem consciência de quem é Deus e de quão santo Ele é. Esse temor vem de um conhecimento de Deus, pois quanto mais o conhecemos mais O tememos.
Em segundo lugar, quem é sábio deve guardar os mandamentos de Deus. A lei do Senhor dá sabedoria aos simples (Sl 119.130). Aquele que anda nos mandamentos de Deus conduz sua vida sabiamente, não perde a salvação dada pela graça de Cristo.
Os mandamentos de Cristo são leves (1 Jo 5.3). É possível para o crente salvo pela graça de Cristo guardá-lo com prazer. Em Cristo os mandamentos não são mera obrigação, mas é a forma correta de andar no caminho estreito. Jesus nos responde como guardar os mandamentos: Mc 12.29-31: “29-Jesus respondeu: O principal é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30-Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a sua alma, de todo o entendimento e de todas as forcas. 31-E o segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há mandamento maior do que estes”.·.
Sigamos em 2011 a palavra de no Deus, pois só teremos um saber doce para o azedume da vida. Que em 2011, vejamos a renovação do Senhor nas coisas do nosso cotidiano. Que em 2011, Deus seja por nós reverenciado e que Sua lei seja nossa orientadora, pelo Espírito, na nova vida que temos em Cristo Jesus!
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