Concentração

Você acorda com um firme propósito de jejuar ao Senhor (Joel 2.15). Seu esforço é grande, visto você está inserido numa época totalmente contrária a tal propósito. Você então ora apresentando a Deus seu sacrifício. Prepara-se exteriormente, se arruma, e então começa a organizar umas coisas para que na hora da celebração comunitária tudo esteja bem.

É dia do Senhor, sábado (Êxodo 20.8), você bem para mais um encontro com Deus, as pessoas e você mesmo. Ver como as coisas estão no templo e depois na sala das crianças. Tudo está nos conformes, quando você percebe o quadro branco mal posicionado.

Não é um quadro tão grande e nem tão pesado, porém seu suporte está mal colocado. E assim, você começa a dar um jeito em seu mau posicionamento, pegando apenas com uma mão, quando surpresamente o quadro cai em seu sapato. Para ser mais específico, na ponta do sapato, não atingindo todo pé, apenas o dedo maior.

A dor do pé quer te leva a reagir. Se para cada ação existe uma reação, a língua quase se desenrola para falar um palavrão. E o palavrão seria um pouco alto, mas em fração de segundos, você consegue não dizer o palavrão com os lábios, e percebe que seu pensamento também se desviou da má palavra.

Você se senta com dores concentradas no “dedão” do pé e medita se seu sacrifício ainda é válido. Quer saber se a raiva não possuiu seu coração, fazendo com que todo o sacrifício fosse desperdiçado. Além de tentar jejuar, você se lembra que é o dia do Senhor, pergunta se não teria transgredido o dia de sábado. Seu pensamento vai direto à Palavra: “Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiser em meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades,” (Isaías 58.13 NVI). “Ufa! Parece que escapei”, mesmo com pequenas dores você consegue se concentrar, não perfeitamente, mas consegue!

Concentração é o que mais precisamos nestes últimos dias. As vezes fazemos propósitos com Deus mas nos pequenos embates da vida somos capazes de jogar anos de Evangelho pelo “ralo”. Mesmo quando não conseguirmos vencer, que possamos continuar. Seja no jejum, na guarda do sábado, o dia do Senhor, na fé em nosso Senhor Jesus Cristo! Concentre-se.

Para isso precisamos da alegria de Deus na nossa vida. Alegria bem pode ser a certeza de que não importa o que aconteça ao nosso redor (inclusive um quadro branco cair no “dedão” do pé), continuo crendo no amor de Deus (essa frase nasceu de uma frase que li no livro: “Mosaicos do presente, vida no Espírito” de Henri J. M. Nouwen”).

O salmo 86.4 na Nova Bíblia Viva, diz exatamente sobre concentração: “Encha o coração do seu servo de alegria, e concentrarei meus pensamentos e orações no Senhor.”.

NA TRINDADE,

Andrei C. S. Soares.