Estou um pouco chateado ultimamente. São com duas “pessoas”. A primeira já algum tempo, e ás vezes parece que é uma condição da vida humana neste mundo. A segunda foi-me apresentada mais recentemente, ela é boa, mas vejo poucos exemplos de quem se entrega a ela e eu muito menos.
A primeira “pessoa” é a solidão. Nossa que chata. Que terrível. Pois quando penso em solidão penso em algumas palavras. Silêncio é uma delas. Penso também que ser solitário é uma condição de muitas vezes não poder estar com alguém, típico de quem mora sozinho.
Para os “conselheiros de plantão” (quem lê, entenda) me desculpem, mas estar só é um pouco frustrante. Pode até ser uma experiência rica, da qual saímos amadurecidos e mais preparados para a vida, mas é muito penosa, já que não fomos criados para a vida de solidão, afinal somos imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), este mesmo Deus é uma Comunidade Eterna de Três Pessoas Divinas, como percebo no canto dos serafins, na Bíblia em Isaías (ver capítulo 6).
Essa condição solitária se agrava quando nossas comunidades não proporcionam o clima devido para a comunhão. Ás vezes por culpa nossa que também fazemos parte da comunidade, ás vezes por culpa dos nossos outros que não se apercebem do quanto são despercebidos.
Essa visão de solidão se agrava ainda mais, quando você sai de casa para explorar esse “mundo local” e o que vê é: casais namorando, amigos conversando e famílias reunidas e você só. Isso parece ser uma crueldade, que é capaz de parar de fazer os olhos brilharem de alegria e se encherem de lágrimas que muitas vezes não são derramadas, nas palavras de uma canção: “(...) quantas vezes você chora sem ter lágrimas para derramar (...)”.
A segunda “pessoa” é a solitude. Se não tivesse ido para um seminário já mais saberia que isso existia e que é uma disciplina espiritual. Aliás, praticada pelo Senhor Jesus Cristo como nos diz Marcos: “No outro dia de manhã Ele se levantou bem antes do amanhecer, e foi sozinho a um lugar deserto para orar.” (1.35 BV).
A solitude é diferente da solidão. É uma questão de escolha. É uma questão de separa-me por livre e espontânea vontade, de ficar mais calado em contemplação diante de Deus. Estar em solitude é desprender-se de toda comunicação abusiva que nos prejudica, para falar somente o necessário (Tg 1.19).
Quando estamos em solitude, à condição de estar só não é mais um “calvário” social, mas uma aceitação da realidade. A vida é menos traumatizante e passa a ser um céu na terra, mesmo que limitado.
A solitude ajuda-nos a vencer o sentimento de abandono sabendo que o Pai sempre nos contempla. Estar em solitude não é se ausentar do meio das pessoas apenas, mas é no meio de todo “caos” urbano ou na agitação do campo, escolher não estar solitário, mas reflexivo em sintonia com os Três.
Essas duas “pessoas” dão um trabalho, principalmente quando não queremos conviver com nenhuma das duas. Da solidão não se escapa, o próprio Cristo sentiu isso na pele quando na cruz disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?” (Salmo 22.1). Já a solitude é uma boa alternativa para que façamos a escolha menos penosa da contemplação, afinal a solitude é um “retiro espiritual” para a alma a fim de descansar mais em Deus, e isso Jesus também fez: “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.” (Mt 14.23). Tanto aquela como essa são difíceis para mim. Embora a última seja a melhor escolha!
NA TRINDADE,
Andrei C. S. Soares.
A primeira “pessoa” é a solidão. Nossa que chata. Que terrível. Pois quando penso em solidão penso em algumas palavras. Silêncio é uma delas. Penso também que ser solitário é uma condição de muitas vezes não poder estar com alguém, típico de quem mora sozinho.
Para os “conselheiros de plantão” (quem lê, entenda) me desculpem, mas estar só é um pouco frustrante. Pode até ser uma experiência rica, da qual saímos amadurecidos e mais preparados para a vida, mas é muito penosa, já que não fomos criados para a vida de solidão, afinal somos imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), este mesmo Deus é uma Comunidade Eterna de Três Pessoas Divinas, como percebo no canto dos serafins, na Bíblia em Isaías (ver capítulo 6).
Essa condição solitária se agrava quando nossas comunidades não proporcionam o clima devido para a comunhão. Ás vezes por culpa nossa que também fazemos parte da comunidade, ás vezes por culpa dos nossos outros que não se apercebem do quanto são despercebidos.
Essa visão de solidão se agrava ainda mais, quando você sai de casa para explorar esse “mundo local” e o que vê é: casais namorando, amigos conversando e famílias reunidas e você só. Isso parece ser uma crueldade, que é capaz de parar de fazer os olhos brilharem de alegria e se encherem de lágrimas que muitas vezes não são derramadas, nas palavras de uma canção: “(...) quantas vezes você chora sem ter lágrimas para derramar (...)”.
A segunda “pessoa” é a solitude. Se não tivesse ido para um seminário já mais saberia que isso existia e que é uma disciplina espiritual. Aliás, praticada pelo Senhor Jesus Cristo como nos diz Marcos: “No outro dia de manhã Ele se levantou bem antes do amanhecer, e foi sozinho a um lugar deserto para orar.” (1.35 BV).
A solitude é diferente da solidão. É uma questão de escolha. É uma questão de separa-me por livre e espontânea vontade, de ficar mais calado em contemplação diante de Deus. Estar em solitude é desprender-se de toda comunicação abusiva que nos prejudica, para falar somente o necessário (Tg 1.19).
Quando estamos em solitude, à condição de estar só não é mais um “calvário” social, mas uma aceitação da realidade. A vida é menos traumatizante e passa a ser um céu na terra, mesmo que limitado.
A solitude ajuda-nos a vencer o sentimento de abandono sabendo que o Pai sempre nos contempla. Estar em solitude não é se ausentar do meio das pessoas apenas, mas é no meio de todo “caos” urbano ou na agitação do campo, escolher não estar solitário, mas reflexivo em sintonia com os Três.
Essas duas “pessoas” dão um trabalho, principalmente quando não queremos conviver com nenhuma das duas. Da solidão não se escapa, o próprio Cristo sentiu isso na pele quando na cruz disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?” (Salmo 22.1). Já a solitude é uma boa alternativa para que façamos a escolha menos penosa da contemplação, afinal a solitude é um “retiro espiritual” para a alma a fim de descansar mais em Deus, e isso Jesus também fez: “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.” (Mt 14.23). Tanto aquela como essa são difíceis para mim. Embora a última seja a melhor escolha!
NA TRINDADE,
Andrei C. S. Soares.
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