Muitas
são as pessoas que dizem ter muitos amigos (não falo da lista no Facebook),
porém, na maioria das vezes o que tem são apenas colegas, pessoas que não
estarão sempre ao seu lado. O mesmo acontece conosco, por vezes nos
consideramos amigos, porém falhamos na hora em que os outros mais precisam isso
acontece porque também somos colegas de muitas pessoas que convivemos.
Tenho
pensado ultimamente como é difícil quando abro meu coração para um amigo e ele
não está mais perto. Por que questiono isso? Esse “abrir” o coração, entende-se
como o “descortinar” da nossa intimidade, é literalmente falar do que
encontramos dentro de nós. E quando abrimos nosso interior e partilhamos com o
outro nossos segredos, há um nível de proximidade muito grande. Criamos uma
ligação com o outro.
Isso
me lembra das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo (João 15:15): “eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei
conhecido.” Esta frase destacada, mostra que não existe
amizade profunda sem intimidade. Vejamos este trecho em outras traduções. Na
tradução King James Atualizada (KJA), encontramos assim: “(...) tudo o que ouvi
do Pai Eu compartilhei convosco”; Em A Mensagem (AM): “(...) contei a vocês
tudo o que ouvi de meu Pai.”; a Nova Bíblia Viva (NBV) diz: “(...) e a prova
[da minha amizade] é o fato de que eu lhes disse tudo o que o Pai me disse.”. Nesta
última versão, a NBV, está mais claro o fato de que ser um verdadeiro amigo está
estritamente ligado com os segredos do coração.
Porém,
apesar desta verdade, de que quando somos verdadeiros amigos, abrimos a nossa
alma para o outro, isso não quer dizer que o fato de falarmos do nosso interior
para alguém, nos torna “titular” na amizade para com tal pessoa, assim como o
fato de desabafar com psicólogos não nos torna obrigatoriamente seus melhores amigos.
E aceitar isso não é tão fácil assim.
Pense
comigo: “como aceitar a ideia de que meu amigo foi embora (não necessariamente
geograficamente), e olhá-lo como uma pessoa “qualquer”. Não falo aqui de
traição, mas falo de que a amizade por algum motivo acaba. É meio embaraçoso,
olhar para aquela pessoa e saber que entregamos nossa intimidade, entretanto
percebermos que a proximidade não existe mais.
Quando
todos os meios foram feitos de ambas as partes, para restaurar a amizade
deve-se prosseguir cada uma para o seu lado. Sem raivas, sem mágoas. Apenas com
a lembrança inesquecível das alegrias e tristezas que foram partilhadas. Por
isso, temos que ser sábios e orientados por Deus, para não dividirmos nossa
intimidade com pressa. Deve-se conhecer bastante um amigo e retribuir esse
conhecimento, para que ocorra a partilha da vida interior. Do contrário, só
existirão feridas abertas e emoções frustradas e somente Deus, o amigo sempre
presente, para restaurar tal indivíduo. Ao fazer uma amizade construa aos
poucos. Fale do coração aos poucos. E deixe para depois de algum tempo (se
possível), revelar os mais “profundos” segredos do coração.
NA TRINDADE,
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