21/12/2012. Esta data tem tomado conta de
noticiários nestes últimos dias, por conta do calendário dos maias, que aponta
este dia como sendo o do fim do mundo. Pois bem, se você está lendo este texto,
já deve ter percebido que o mundo não acabou. Tudo continua como antes. Logo deve
sair alguma notícia explicando o porquê do erro no cálculo. É sempre assim.
Desde muito tempo os homens tentam marcar um dia que só é certo na agenda do
Pai, e depois arranjam desculpas para explicar suas datas furadas.
Pouco antes de voltar para junto do Pai, os
discípulos de Jesus quiseram saber se seria nessa época que o Senhor iria
estabelecer plenamente o seu reinado, libertando a nação deles da opressão do
império romano: ... Senhor, restaurarás
tu neste tempo o reino a Israel? (At 1:6b). A resposta de Jesus foi curta e
simples: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade (At 1:7,
grifo nosso).
Observe a palavra “tempos” e “épocas” que
aparece neste texto de Atos. No grego temos “chronos” e “kairós”. A primeira
diz respeito ao tempo conhecido por nós, o cronológico, o do relógio. A segunda
era usada para designar qualquer propósito prático em que se apresenta uma boa
ocasião para a ação. Não é um tempo mensurável; não é um tempo de relógio, como
o chronos, tempo que nós conhecemos:
é a ocasião oportuna para algo ser feito. É o popular “tempo de Deus”.
Jesus disse aos seus discípulos que, no que diz
respeito ao futuro, não lhes competia saber nem o “chronos e nem o kairós”. O
fim desta era, deste mundo, e o estabelecimento final do reino, é algo que só
está reservado à divindade.
O futuro pertence a Deus, e não aos discípulos.
As coisas reveladas pertenciam a eles e a seus filhos, para sempre, mas as
encobertas pertencem só ao Pai (Dt 29:29). Assim sendo, não tinham o direito de
saber o que não lhes fora revelado. O que as pessoas mais desejam é levantar a
cortina que separa o futuro do presente. Desde a ascensão de Jesus, sempre tem
havido pessoas tentando calcular e definir o dia, o mês e o ano de sua volta à
terra. Essas especulações desprovidas de fundamentação bíblica já frustraram
inúmeros seguidores do Senhor.
A volta de Cristo jamais deve ser objeto de
dúvida, porque fiel é o que prometeu
(Hb 10:23). Porém, ainda que esse evento seja garantido de maneira explícita no
Novo Testamento, o tempo em que ele ocorrerá é um segredo de Deus. Jesus falou
dos sinais da sua segunda vinda, mas nada disse sobre a data (Mt 24:1-12). Ele,
na verdade, declarou que apenas o Pai sabe o tempo exato dessa vinda: Mas a respeito daquele dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai (Mt 24:36). Fiquemos
com as palavras de Jesus, e deixemos de lado toda especulação.
Eleilton William de Souza Freitas, é Bacharel em teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo; colaborador do DEC (Departamento de Educação Cristã) da Igreja Adventista da Promessa (IAP); vice-diretor da Federação de Uniões de Mocidade da IAP (FUMAP); serve a Deus na IAP de Vila Maria-SP; é casado com Daiane e pai de Rafaela.
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