Estive nas ruas de São Paulo, na tarde da última terça-feira. A
manifestação começou na Praça da Sé e, por volta das 16h, milhares de
pessoas se dirigiam para o local. Na pauta, não só a redução das tarifas
de ônibus e metrô de São Paulo, mas o que se ouvia e via é a indignação
com questões importantes à vida da população brasileira.
Ouviram-se gritos de “mais saúde e educação e menos corrupção”.
Outros sons ouvidos surgiram quando bandeiras de partidos eram
levantadas e os manifestantes diziam: “Bandeira aqui, só a do Brasil”.
A
mídia também foi alvo dos protestos, principal acusação: “manipulação”.
Segui então caminhando para a Prefeitura de São Paulo, estava longe
da linha de frente que protestava para que o prefeito revogasse o
aumento. Mas como a Guarda Civil Metropolitana impediu a entrada de
manifestantes, um pequeno grupo começou a depredar o prédio. Atitude
errada, de poucas pessoas, que não estão interessadas no futuro da
nação.
Aí continuei acompanhando a “marcha” por outras partes da cidade.
Passei em frente do Teatro Municipal
onde pude ouvir gritos de “O Brasil
acordou!”, onde cantamos parte do Hino Nacional e muitos “cantos” foram
repetidos, reforçando que os 0,20 centavos já não eram a única
reivindicação. Era um clima de paz, de liberdade onde todos podiam se
expressar por questões justas.
Avante caminhamos, via Rua da Consolação até a Avenida Paulista.
Neste percurso, quem estava na rua recebia o apoio de gente que estava
nos prédios, nos carros, que igualmente de sua maneira, davam voz as
suas reivindicações. Quando alguns tentavam praticar algum ato vândalo,
eram repreendidos por quem realmente queria manifestar sua infelicidade
com o estado brasileiro.
Minha reflexão tem girado em torno de que tudo isso não seja “fogo de
palha”. Não seja mera empolgação. Não seja mais um modismo. Mas de fato
seja uma mudança não somente nas estruturas, mas no nosso jeito de
viver e conviver com as pessoas.
Também não devemos pôr nossa confiança nesses protestos, pois nossa
fé está no Senhor, que fez o céu e a terra (Sl 121). Como crentes em
Jesus ….de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra,
onde habita a justiça (2 Pe 3:13 NVI), entretanto, buscamos o reino de
Deus e a sua justiça (Mt 6:33).
Como servos do Rei, queremos que ele nos governe, que a nossa vida
seja o território de domínio do Senhor. E procuramos a sua justiça, que
também é o sinal de que pertencemos ao reino de Deus, denunciando seus
pecados e fazendo o bem. Lutando pelo oprimido, por um país mais justo,
enfim, vivendo para glória de Deus em todas as coisas (1 Co 10:31).
Que nossos passos sejam em caminhos retos, justos, pacíficos e que
possamos viver aquilo que Deus nos declara: Ele te declarou, ó homem, o
que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e
ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. (Mq 6.8).
Andrei S. C. Soares

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