Nestes últimos dias o Brasil
tem vivido um “despertar” que mudou sua posição de “...deitado eternamente em
berço esplêndido...” para “...verás que um filho teu não foge a luta...”, estas
frases viraram um bordão dos dias em que o povo foi à rua para reivindicar seus
direitos, tornar manifesto sua indignação com a corrupção, falta de investimentos
na: saúde, educação e etc. todos desejando que os desvios de cifras infinitas
sejam trocados por quem realmente precisa de retorno sobre o alto valor que
paga em impostos: o povo.
É
certo e justo tais protestos. Mesmo que haja uma minoria interessada mais em
badernar do que construir com os demais um novo país, mesmo assim, esses não
podem apagar o brilho dos que desejam que de fato as coisas aconteçam no país.
Diante deste novo cenário, se assim
podemos dizer, cada pessoa que foi às ruas tinha sua própria cobrança as
autoridades. Aqueles que ficaram em casa, que viam as passeatas de seus carros
parados diante dos manifestantes, ou estavam nos ônibus, assistindo a tudo,
certamente se sentiam representado pelas vozes dos que pacificamente gritavam
por mais avanços no país.
Podemos nos perguntar: o que de fato
os movimentaram em cada protesto? O que os fazia deixar o retorno para casa
depois de um dia inteiro de trabalho, para caminhar distancias que outrora só
eram feitas por transporte privado ou público? Podemos arriscar dizendo, que
cada um que estava protestando tinha: esperança! A esperança, é que as coisas
mudem. É que o amanhã seja melhor.
Muitos jovens falavam que agora sim
tinham uma história para contar para futuros, filhos e netos. Outros têm a
visão de hospitais de qualidade e escolas com padrão de primeiro mundo.
Estudantes pensam em “ônibus sem catraca” e outros visionários, sonham com uma
democracia que de fato seja mais participativa e inclua o povo.
Todos esperando um novo amanhecer.
Mais dentro desse todo, cada um tem uma esperança. Cada um tem um sonho. Talvez
uma meta, ou quem sabe, só acompanhe os dos outros. Precisamos atrelar estas
esperanças a algo maior, pois sem pessimismos, os homens sempre falharão em
cumprir tudo que lhes é exigido.
Diante de tal verdade baseada na
Bíblia, que revela a “pecabilidade” humana
(1 João 1.10), toda certeza em relação as nossas falhas é mudada, quando
se atrela nossas esperanças diárias, a grande Esperança: Jesus Cristo. Em um
livro cristão sobre o estudo das últimas coisas (escatologia), fala-se algo
profundo sobre este “fio da meada” que encontramos, quando Jesus passa a fazer
parte de nossa história. Diz-se:
“O
cristianismo oferece uma resposta e um fundamento para nossa esperança. E o
sentido é Jesus Cristo. Ele é o futuro do mundo, da história e da vida de cada
pessoa. Futuro que foi antecipado e confirmado com a sua Ressurreição. O ponto
de chegada de nossas ações, a Esperança de nossas esperanças diárias, o futuro
de nossa vida que já aconteceu na História”. (MANZATTO, Antonio. De esperança em esperança. São Paulo:
Paulus, 2009, p.6).
Só em Cristo, mesmo diante do desespero, das
injustiças e desigualdades, temos força para dizer como o profeta: Quero trazer à memória o que me pode dar
esperança (Lamentações 3.21). Só com Deus é possível lutarmos por uma
família melhor; o bairro, a cidade o país e o mundo melhores. Mas quando nossas
forças humanas não vencerem os erros dos homens, nossos olhares estarão em
Deus. E isso é importante, nunca deixarmos de pedir que aqui seja feita a
vontade de Deus como ela é feita no céu (Mateus 6.10), sem esquecer-se do
futuro de, “novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2 Pedro 3.13).
Se nossas boas motivações vem de Deus (Tiago
1.17), não há nada melhor do que tê-lo como a principal Esperança de nossa
vida. O profeta Jeremias, trouxe a memória alguns de seus motivos, do por que,
colocar em Deus sua esperança:
Em primeiro lugar, o que motiva a esperança
do profeta no Senhor é que Ele é
misericordioso (Lamentações 3.22, 23a). Mesmo diante de nossos fracassos e
erros, Ele sempre tem um novo caminho de vida para que voltemos a estar perto
dele.
O segundo motivo, é a fidelidade de Deus (Lamentações 3.23b, 24). Suas palavras são
fiés, o que autentica suas ações. Se Deus prometeu cumprirá, assim como
ressuscitou a Jesus, transformará o mundo caído em uma casa onde sua vontade é
a palavra de ordem, nas ruas, nas moradas.
A esperança do profeta em Javé é motivada
também pela bondade do Senhor
(Lamentações 3.25-26). A mão do Senhor deseja operar sempre o bem em favor dos
homens, e isto até quando os castiga. Deus é bom porque deseja nos salvar dos
nossos pecados, transformar nossas vidas para que sejamos a imagem de Jesus. Fazer-nos
ser casa do Espírito, afim de que aguardando o céu e a nova terra, vivamos uma
vida piedosa, cujas atitudes sejam o amor a Deus e ao próximo. Que imitemos o
profeta: “façamos de Deus nossa maior esperança!”.
NA
TRINDADE,
Andrei Sampaio Soares.
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