Aceitar nossa humanidade sem se conformar com ela


            Precisamos aceitar nossa humanidade. Precisamos não nos conformamos com nossa humanidade. É necessário para nós, não pensarmos que somos deuses, e querermos governar a terra no lugar de Deus. Não podemos esquecer que somos criaturas e não o Criador, a Santa Trindade (Gn 1.26).
            Para entendermos muitos de nossos fracassos e conflitos, é necessário verificarmos o capítulo 3, do Gênesis, na Santa Bíblia, para compreendermos porque somos tão complicamos. Para lembrarmos de que vivemos numa sociedade de boca suja e temos a boca suja.
            Quando vemos a embriaguez de Noé (Gn 9.20-21), as fraquezas de Davi (2 Sm 11), a negação de Pedro (Mt 26.69-75), percebemos que são para nós uma amostragem de que todos somos falhos, embora isso não justifique seus erros, assim como muitas vezes não temos justificativa para os nossos.
            Quando olhamos para nossa finitude, embora devamos nos esforçar para não pecar e fazer sempre o melhor para Deus e para o próximo, pensar em nossas limitações nos ajuda a continuar a viver e a superar os erros cometidos em um momento de nossa vida. Portanto, se você fracassou, não conseguiu manter o ritmo de seus exercícios físicos e exercícios espirituais (oração, leitura da Bíblia e etc.); seu ritmo de estudos, seu namoro, noivado e casamento; seu ministério; suas amizades, seu trabalho, considerando sua humanidade, você poderá lidar melhor com seus fracassos.
            Entretanto, é igualmente verdade, não deixar conformar-se com nossa humanidade caída. Com o “velho Adão e a velha Eva”. Nas inspiradas palavras de Paulo aos Romanos, disse ele: E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (12:2 AS21). Esse chamado apostólico é baseado em uma transformação vinda do céu, do alto, promovida pelo próprio Deus, que sobre os que acolhem a Palavra divina, recebem no lugar do “coração de pedra” um “coração de carne”, que nas palavras da Nova Tradução na Linguagem de Hoje fala-nos: Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente (Ez 36.26b NTLH).
            A ação transformadora de Deus mediante nossa entrega de vida a ele faz com que possamos ser novas pessoas. O Senhor que altera nossa vida, que muda nossos movimentos, que nos guia pelo Espírito, nos faz trilhar novos rumos diante de sua presença e podemos viver em novidade de vida.
            Os homens que citamos acima (Noé, Davi e Pedro), apesar de terem experiências com Deus, deslizaram na fé ou não tivessem sido de fato transformados pelo Senhor, não permaneceram caídos, pois Deus os levantou, e com esta força divina se esforçaram para sair do lugar. A graça que os chamou, que os levantou, operou neles a capacidade de tomarem rumos novos para sua vida.
            Hoje possa talvez seja mais um daqueles momentos, dias, noites, , manhãs ou tardes, de anos até, em que você se encontre pensante a respeito de seus últimos fracassos. Sua lamentação gira em torne do porque não conseguiu obter o mesmo desempenho diante dos outros desafios. Ou seja, você continua se questionando porque não voltou a ter a mesma energia de antes, porque não vive com a mesma intensidade de antes, porque perdeu tanto tempo.
            Aceite sua humanidade, seu vacilo. Confesse-os diante de Deus. Se foram pecados, eles serão perdoados mediante a graça de Jesus em perdoar, a todos que clamarem junto ao trono da graça. Mas se não, se é uma imobilidade de vida, um “start” existencial, um “slow motion” cotidiano, Deus também pode ajudar você a superar isso. Seu poder opera em todas as situações humanas, sua misericórdia alcança todos os nossos dilemas. Por isso é tão necessário fazer o que Filipenses 4.6 nos ensina: Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
           
            NA TRINDADE,
            Andrei C. S. Soares


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