Este sermão não é uma palavra de autorização que te permite comprar enfeites natalinos, fazer a ceia e come-la a meia-noite do dia 25 de dezembro, mas é uma reflexão acima de toda mentalidade consumista que existe, em uma época que fora criada para celebrar a vida do menino Jesus, que nos planos de Deus é aquele que nasceria para mudar para sempre a história da humanidade.
“A palavra 'natal' é de origem latina e significa 'nascimento'. Quando se pergunta a alguém sobre sua 'cidade natal', por exemplo, se quer saber sobre o lugar onde aconteceu o seu nascimento”. Em Isaías 9:1-7, vemos o Espírito Santo, dando uma revelação ao profeta de que nasceria uma criança que mudaria a história do povo de Israel, bem como todas as nações. Essa criança nasceria cerca de 700 anos depois do profeta Isaías, e era uma profecia respeito de Jesus de Nazaré, nascido em Belém de Judá.
Veremos na mensagem de hoje, o que traz o Jesus do Natal a nossa vida! Vejamos alguns benefícios apresentados em Is 9:1-7.
1º benefício: O Jesus do Natal traz uma Grande Luz! (vs.1-2)
Antes de falarmos de Isaías 9, vamos falar sobre o capítulo anterior. O capítulo 8 de Isaias, fala sobre a destruição da Síria e de Israel e Judá (vs.1-8). Também fala sobre o dever de temer ao Senhor (vs.9-18). O capítulo 8 de Isaías termina falando, a partir do versículo 19, sobre a escuridão que anda aqueles que consultam os mortos e os feiticeiros. Estes estavam em trevas, porque não falavam e nem consultavam a palavra de Deus, tratada aqui como “Lei e Testemunho”. Sobre eles diz o profeta: ...nunca verão raiar o amanhecer. (v.20b). Pelo contrário estarão sem esperança de vida, sem fé, sem Deus.
Já o capítulo 9 de Isaías, nos seus 7 primeiros versículos, é um tanto otimista em relação ao anterior, e em relação aos demais versículos do capítulo. É como uma tomada de fôlego, que diz que numa terra de aflição, de turbulência de tragédias, haveria de aparecer a luz. Esta terra era “Zebulom e Naftali”, a “Galiléia dos gentios”. O que Isaias quer dizer com “terra de Zebulom e Naftali”? Pelo que sabemos biblicamente, eram duas das doze tribos de Israel. Quando o autor cita estas duas tribos de Israel, provavelmente, segundo estudiosos da Bíblia, ele está se referindo “(...) a maior metade do que mais tarde seria chamada de Galiléia”. Já quando o profeta chama esta região de “caminho do mar”, “(...) talvez esteja falando da região do lado oeste do mar da Galiléia habitada pela tribo de Zebulom”.
A NTLH, nos ajuda a entender um pouco mais o cenário da aparição da luz de Deus diz o v.2: ...essa região, que vai desde o mar Mediterrâneo até a terra que fica no lado leste do rio Jordão, isto é, a Galiléia dos pagãos. Por que é importante sabermos isso. Os estudiosos da Escritura afirmam que “as áreas consideradas aqui são as partes da terra que, por razões geográficas, eram especialmente vulneráveis [frágeis] a influencia e domínio gentílicos; daí também a designação ‘Galiléia dos gentios’. Essa região foi destruída de maneira mais severa durante as guerras sírias. E outra vez, quando os assírios invadiram Efraim (8.4), foi a primeira a ser invadida (...) (II Re 15.29).”
É nesta região tão massacrada pelos inimigos de Israel, por isso que é dito no v.1, que esta terra estava humilhada, é que haveria de aparecer a Grande Luz. Apesar de Jesus ter nascido em Belém, que ficava mais na parte sul de Israel, a pregação de Jesus, o início de seu ministério se dá nesta região, que no passado foi humilhada por Deus. É através de sua pregação, de sua palavra, que a luz brilhou na escuridão. Como diz o v.2: O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e resplandeceu a luz sobre os que habitavam na terra da sombra da morte.
Para este povo, da “Galiléia dos gentios” havia tempos de claridade. Este povo “...é primordialmente o povo que habitava a região mencionada, mas a partir dele o profeta estende seus olhos para Israel como um todo.”. se todos estavam em desespero, destruídos porque Deus permitiu tal desolação em Israel e Judá, no futuro (cerca de 700 anos depois) uma grande luz apareceria para salvar o povo. Não importa a condição de um ser humano, quando Jesus brilha ele transforma a noite em linda manhã. a luz de Jesus revela quem somos, revela os nossos pecados, revela a nossa miséria.
Em Mateus 4:12-17 sabemos que Jesus cumpriu esta profecia de Isaias. Foi a partir da Galiléia dos estrangeiros, que Cristo começou sua pregação. Ele começa a pregar a salvação aos judeus mestiços, a periferia de Israel. A região mais frágil do país foi a que viu pela primeira vez a luz de Deus, a sua salvação. Se você recebeu a Jesus, essa mesma luz brilhou em você. Se você não recebeu a Cristo, saiba que através da palavra de Deus, esta luz brilha para você. A luz do qual falamos é uma iluminação que mostra quem você é, que mostra os seus pecados e oferece uma real mudança de vida. O Jesus que nasceu, traz essa luz, traz salvação!
Vimos que o Jesus do Natal traz luz, ele nos mostra o nosso pecado nos convidando ao arrependimento, mas ele traz mais...
2º benefício: O Jesus do Natal traz uma grande alegria! (vs. 3-5)
Essa grande luz que aparecerá para o povo da “Galiléia dos gentios”, mostra outra ação promovida por Deus. mesmo diante de tempos tão desoladores, diante da tanta violência, desvio moral e religioso, vivido pelo povo, ainda assim, temos nas palavras do vs.3-4, um milagre feito por Deus: Tu multiplicaste este povo e lhe aumentaste a alegria; todos se alegrarão diante de ti, como se alegram na colheita e como exultam quando se repartem os despojos. Pois quebraste os julgo de sua canga e a canga de seu ombro, que é a vara de castigo de seu opressor, como foi no dia de Midiã. Veja que a ação de Deus para com Israel e Judá foi misericordiosa, pois Deus manteve seu povo mesmo diante de tantas invasões sofridas.
Interessante é que o povo havia sido levado varias vezes cativo, e só restaram poucas pessoas, mais é aí que Deus fará seu povo crescer novamente. Deus iria salvá-los, como diz um pesquisador bíblico: “essa salvação – mencionada como uma ‘grande luz’ que inunda a terra, símbolo favorito de alegria e felicidade plenas – é descrita em primeiro lugar como uma libertação política externa (...) É libertação do ‘pesadelo’ assírio que, tendo escapado do julgamento (cf. Is 6.12; 7.3), surgiu novamente em grande número.” E é por causa deste novo tempo dado por Deus ao povo que eles celebram. Eles comeram assim quando comemoravam a festa da colheita (Tabernáculos) e quando venciam seus inimigos e dividiam as riquezas da batalha, os despojos.
Os que invadiram Israel os transformaram em um “burro de carga”. Esse era o julgo que levavam. Deus destruiu a vara com que os seus opressores os castigavam. Isso foi comparado com Midiã, numa lembrança em que o exercito de Israel venceu os midianitas, que estavam com 135 mil soldados, contra 300 israelitas, numa vitória dada por Deus a Israel (Jz 7). O profeta vê nesse exemplo uma amostragem de como Deus estaria trazendo alegria de volta a seu povo, pois jamais irá esquecê-lo! Deus então destrói o opressor e no v.5, que diz: Porque todo calçado pesado de guerreiro e toda capa encharcada de sangue serão queimados, destruídos pelo fogo.
Essa palavra anuncia o fim de qualquer “(...) poderio militar envolvido que causava injustiça e violência para triunfar. O reino de paz em Is 2.4 [que diz: Ele julgará as nações e será juiz entre muitos povos; e estes converterão as suas espadas em lâminas de arado, e suas lanças, em foices; uma nação não levantará espada contra a outra nação, nem aprenderão mais a guerra. E no v.5 o profeta faz um convite: Vinde e andemos na luz do SENHOR, ó casa de Jacó.] chegou; e ele é descrito aqui, antes de tudo, como o estado de coisas em que o povo do Senhor foi libertado da opressão.” Diante de tamanha libertação, a alegria seria um estado presente no coração do povo.
Jesus disse que o reino dele não é deste mundo (Jo 18:36), e Paulo diz aos Romanos 14:17: que o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Alegria pela grande salvação de Deus. alegria porque Deus nos livrou da opressão do diabo e nos trouxe para o reino de Deus. O reino de luz! A vinda de Jesus trouxe alegria para aqueles que não tinham mais razão para viver. O nascimento de Jesus trouxe alegria, pois a encarnação de Deus a esse mundo é o sorriso do Pai a nós pecadores. Deus traz alegria, porque sua descendência é inumerável, são milhares de pessoas que provam da alegria da salvação (Sl 51:12)!
A vinda do Menino que nasceria anunciava que o povo não estava mais oprimido. Mesmo diante de injustiças, Jesus traz uma mensagem de alegria, pois quem aceita seu convite e o segue, descobre que alegria é levar seu fardo leve! Seus ensinamentos e mandamentos são leves (1 Jo 5:3), pois a alegria de sua salvação nos dá força para vivermos na lei de Deus. A vinda de Jesus traz a certeza de que podemos trocar nossas ações de injustiça contra o próximo, por um relacionamento de paz. Homens e mulheres vivem alegres no reino de Deus, porque abandonaram a guerra para viverem em harmonia. Com a alegria de Jesus, que é a sua salvação, podemos viver em paz uns com os outros.
O Jesus do Natal nos traz alegria, pois nos salvou. Em último lugar, vejamos o que ele nos traz...
3º benéficio: O Jesus do Natal traz um Grande Governo! (vs. 6-7)
Como é bom saber que Jesus nos traz tantos benefícios. E são eles duradouros, eternos. A “grande luz” e “a grade alegria” que recebemos com o nascimento de Jesus, nos trazem também um grande governo. Quem trará a verdadeira paz, não serão as nações com seus poderosos exércitos, mas um menino que nascerá. Podemos até chamar esta parte de “Natal de Isaías”. O famoso v. 6 nos diz: Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Pelas palavras associadas a este “Menino” percebemos que não se trata de qualquer criança que já existiu ou existirá, ele é diferente.
Com base em pesquisadores bíblicos, vamos considerar algumas expressões sobre o Menino. Primeiro: a expressão ... O governo está sobre os seus ombros... significa as vestes reais com que está vestido, mostrando que ele recebeu o poder de governar. Há ainda expressões em relação ao Seu Nome que revelam a Sua essência, o Seu caráter, a Sua beleza! Ele é: Maravilhoso Conselheiro, e isso mostra a superioridade de Sua pessoa, um ser acima da média, maior que todos! Seus conselhos são sábios e confiáveis para todos, segui-los leva a todo o que nele crê ter a salvação e vive-la no seu dia-a-dia até que volte para buscar seus seguidores.
Deus Forte mostra que o Menino é nosso Herói. Um Herói divino, poderoso. Assim, a “(...) palavra ‘forte’, (...) [indica] ao poder heroico que, juntamente com ‘conselho’, constituem as duas qualidades cardinais de um Rei. Um poder não acompanhado por conselhos sábios, e conselhos sábios sem poder para agir, são ambos infrutíferos. O nome de ‘Deus’, ainda mais do que o título ‘Maravilhoso’, refere-se claramente à natureza supra-humana do Messias.” Jesus compartilha da natureza de Deus! Por isso disse “eu e o pai somos um”. Um, não em Pessoa, mas em natureza! (Jo 10:30).
Outra expressão dita por Isaías sobre o nome do Menino é Pai Eterno “(...) refere-se a seu povo: este Rei cuida dele com bondade amorosa como um pai a seus filhos (...)”, mesmo Jesus não sendo a pessoa de Deus Pai, mas tem na sua essência o cuidado paternal de seu Pai, Javé. A última expressão, com relação ao nome da criança que nasceria, e governaria o povo de Deus é Príncipe da Paz. Como sabemos paz não é cessação de luta, embora um dia essa paz será estabelecida, quando Jesus retornar, mas significa “(...) toda salvação, benção e felicidade”. Este é o shalom, que é paz em hebraico, estabelecida por este Príncipe. A paz com Deus que ele nos dá, nos faz desejar ter paz com todos! Ser guiado por este príncipe, ou ter este Presidente, é trilhar a verdadeira paz, que é ser conduzido por Deus.
O v. 7 descreve como será o governo, deste Menino, aliás como seu Nome, seu governo será: O seu domínio aumentará, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para estabelecê-lo e firmá-lo em retidão e justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso. Veja que os seus projetos para a humanidade são compatíveis com sua essência. Jesus é a paz e nos dá aquilo que tem. O seu domínio aumentará, nos sugerindo uma expansão, que sai da Galiléia dos gentios e vai a todas as nações, levando a sua completa paz eterna. O reino de Cristo é estabelecido e firmado em “retidão e justiça”. Assim como Deus, este Rei é reto e justo no seu proceder. Os direitos estavam sendo violados naquela época, mais este Rei traria um novo tempo em que fazer o bem era a filosofia deste reino.
O v.7 encerra falando que: ... O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso. Aqui, este zelo é amor caloroso, amor do Senhor. Seu amor arde pela causa do Seu reino e pela salvação do Seu povo. Por isso a NTLH acerta quando traduz este versículo assim: ...No seu grande amor, o SENHOR Todo-Poderoso fará com que tudo isso aconteça. Veja o que a vinda de Jesus, o seu nascimento, morte e ressurreição trouxeram ao mundo, esperança de um novo tempo. Ele quer reinar, não em um país geograficamente falando, mas na vida daqueles que creem no seu amor e graça. Ele propõem uma vida justa onde vivamos em paz com Deus e com o próximo, e busquemos viver como cidadãos de seu reino, que será pleno em sua volta! Seu amor nos aquece para imitarmos este Menino, que sempre existiu, se encarnou, nasceu, cresceu, fez o bem, pregou o arrependimento dos pecados e uma vida nova para cada um de nós! Celebremos ao Jesus do natal, que nos trouxe um grande governo!
Como fomos tão enriquecidos nesta meditação de Isaías 9:1-7, o Jesus do Natal é mais que especial. O que os presépios mostram não revelam tudo da grandiosidade do Menino. Aquela criança não era qualquer uma, era Deus ali, naquele estábulo, junto aos animais, sendo adorado por José e Maria, pelos anjos e pastores, numa cena que nos leva a concluir que Deus estava na manjedoura!
Certamente, a todos que conhecerem a história de Jesus, pela Bíblia – a palavra de Deus, e abrirem seus corações, terão suas vidas iluminadas, uma mente e emoções totalmente revigoradas e serão governadas por um Rei mais que especial. A “Grade Luz”, a “Grande Alegria” e o “Grande Governo” é o próprio Jesus Cristo em nossa vida. seu nascimento, sua vinda ao mundo nos trouxe nova esperança. Celebremos a Deus pelo Jesus do Natal! Celebremos a Deus porque Jesus se compadeceu de nossas misérias! Celebremos a Deus por seu tão incandescente amor! Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados. (Lc 2:14).
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