O que ou
quem você pode chamar de amor? não seria óbvio dizer aquele ou aquilo que você
pode chamar de seu? Os
relacionamentos de nossa época vivem pelos cantos vazios do egocentrismo,
engolindo tudo que pode ser comido e tendo tudo aquilo que aparentemente pode
ser seu. A gente não entendeu o que é amor mesmo. Vivemos baseando nossos
relacionamentos nas conveniências de nosso mundinho medíocre, sem saber que
essa estratégia é uma velha armadilha malvada para pegar os desavisados ou,
convenhamos, os avisados também. Ninguém está percebendo que amor não é só
aquilo que se pode comer, cheirar, ver, ouvir, tocar ou ter, conceituar ou
pensar. Amor de verdade está mais para a complexidade absoluta de Deus, ou mais,
Deus é amor. Calme, não desanime.
Nós ainda
sobrevivemos com entes ou pessoas em comum, por conta de nossos “amores
naturais”. Ou seja, existe uma capacidade menor de amar em nós, essas condições
se dão através da afeição, da amizade, e no máximo da paixão com alguns
reflexos de doação. Uma pena e para nossa tristeza, é sacarmos que eles estão
sendo desenvolvidos, na maioria das situações, para nossos resultados e
preenchimento de nosso ego.
Mais do que
uma questão de conceituação filosófica, em Cristo temos a personificação do
amor verdadeiro que pelo menos alguns de nós tenta viver, mas por vezes
fracassamos por falta de vontade ou de entendimento. Jesus não faz parte de
alguns amores naturais como nós apenas, ele é o Amor!
C.S Lewis
ousa dizer que assim como Deus se torna homem, não por conversão da Divindade
em carne, mas da assunção da Humanidade em Deus, não é o Amor absoluto que se
reduz ao mero amor natural, mas é o amor natural que é assumido pelo Amor
absoluto e transformado em seu afinado e obediente instrumento.
Esse é meu
consolo. Quanto você consegue amar? A proposta do evangelho não é ridicularizar
“nossos amores”, mas instruí-los e afiná-los ao ritmo da Graça redentora de
Jesus, o Cristo de Deus. Nossas condições de amar, seja pelo afeto, amizade, paixão,
e no máximo doação, estão sendo – se assim você desejar –aproximados da vontade
de Deus. Tanto esse termômetro, quanto suas nivelações são controlados ou
percebidos à medida que nos encontramos com o Amor de
verdade. Fale se você não gostaria de amar mais do que pode hoje, seja Deus
seja alguém? Há então um convite para ousarmos além dos “nossos amores” tão
ínfimos e aproximar o coração e a mente do Amor onde há substância, “tutano”,
verdade e entrega sincera. Amor que não vai te deixar na mão só porque o sexo
acabou junto com seu carnaval de fevereiro. Amor que não vai se basear
simplesmente naquilo que você poderá oferecer de bom. Ainda mais, Amor que supera
seus bens, interesses, egoísmo, medos e fraquezas, maus hábitos e culpas. Isso
tudo porque todo esse Amor não é simples poesia ou versinho de soneto, mas
puramente uma pessoa, uma realidade, o Deus, Jesus Cristo.
Por Marciel
Diniz
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