“O
meu Argumento contra Deus era de que o universo parece ser muito cruel e
injusto. Mas de onde tirei essa ideia de justo
e injusto? Ninguém diz que uma linha é torta se não tiver a ideia do que
seja uma linha reta”. Com tais perturbantes declarações, C.S Lewis se introduz no
descobrimento da concepção ética mais avançada do que se tem costumado trazer a
“boa intencionada midiologia”. Gostaria de não ser pretencioso, mas alguns
links me perturbaram. Em primeira instância notei que o relativismo atual
começou a oferecer uma bandeja cheia de verdades egocêntricas a cada tipo de
comunidade, povo ou até mesmo nação. Aí a filosofia moderna nos ajudou a
destronar de fato uma concepção mais objetiva a respeito do propósito da Vida.
Ainda é possível perceber nossa tentativa de subjetivar fatos ou verdades
reconhecidamente eternas, ou não?
Deixe-me
começar outra vez. Somos seres morais,
mais é aí que seria eu questionado sobre qual moral estou falando. Realmente é
o que se diz sobre ser ou fazer algo moral em local “x” não o seria igualmente
em local “y”. Quero chegar em um lugar mais profundo então, pois existe um
lugar que na verdade não é geográfico; o qual tem mais conteúdo para entender o
que realmente “aconteceu” com a gente, e se de fato existe algum caminho que
nos levará para algum lugar. Não chamarei sozinho
esse lugar por esse nome, pois já ouvi esse negócio em algum momento: Eis: “O
tribunal da consciência”. Não existe lugar que desvende melhor a certeza de que
estou certo ou errado do que ali. Se as verdades são tão relativas como andam
dizendo por aí, se não há bem certo um caminho por onde andar, por que você
está se sentindo culpado pela mentira que arquitetou contra o cônjuge? Onde
está armazenada a culpa pela omissão de ontem?
O
fato é que existe uma lei que opera em nós, alguns a chamam de Lei da Natureza
humana, ou lei moral. Ela diz muito mais coisas do que o simples fato de
estarmos certos ou errados à respeito de determinada situação. Diz-nos sobre
alguém que opera acima de nós e está por trás desse projeto surpreendente
chamado ser humano. Não quero somente tentar provar uma teoria a respeito de
uma “ética absoluta” ou preceitos morais avançados.
O
Evangelho “cristocêntrico”, Faz questão de nos levar ao desconforto terrível da
culpabilidade em relação a essa Lei existente em nós, para exatamente, e
somente assim, experimentarmos o perdão, a cura e a liberdade de alguém que não
precisa se preocupar com o que o condenava. Depois de não ver mais esperança,
descubro que há UMA, e somente uma, capaz de me libertar de quem sou, tanto
quanto de quem me tornei! Jesus Cristo se põe em meu lugar para levar aquilo
que eu não poderia jamais levar como castigo: Dor, culpa, ódio, sofrimento e
rejeição. É exatamente por isso que estou tentando dizer que Jesus não foi ou
muito menos é apenas um mestre de ideologias morais. Não, se assim fosse ele
seria somente um homem, pois já temos nossas noções de moral incrustadas dentro
de nós.
Estou
disposto a reescrever Lewis: “Um homem que fosse só homem, e dissesse as coisas
que Jesus disse, não seria um grande mestre de moral: seria ou um lunático, em
pé de igualdade com quem diz ser um ovo cozido, ou então seria o Demônio. Ou
este homem era, e é, o Filho de Deus, ou então foi um louco, ou algo pior.
Podemos contra argumentá-lo taxando-o de louco, ou cuspir nele e matá-lo como
um demônio; ou podemos cair aos seus pés e chama-lo de Senhor e Deus. Não
podemos lidar com a bobagem paternalista sobre Ele ser um grande mestre humano.
Ele não nos deu esta escolha. Nem nunca pretendeu.”[1]
Porque
pelo que sei mais cedo ou mais tarde o momento da audiência chegará, aquela
cujo lá no tribunal da consciência, talvez ao fluir do último suspiro de nossas
vidas, se perguntará a nós: “onde está Deus agora?” “Que tipo de gente te
tornaste?” ou “O que aconteceu com o mundo a sua volta?”
Por Marciel Diniz, missionário da Igreja Adventista da Promessa.
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