A Velha História da (verdadeira) Páscoa


Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8.36 ARA)
Chocolates, coelhos e ovos... Consumo, consumo e consumo. É isso que resumiu a Páscoa. O bom e velho conceito do êxodo quase ninguém se lembra. O lindíssimo ritual celebratório do alegre povo judeu foi resumido a um comércio desvairado...
Entretanto, é importante relembrarmos alguns dos princípios elementares da nossa fé, amados! Acredito, pessoalmente, que a páscoa ritualística não necessariamente precisa ser seguida pelos cristãos da atualidade; entretanto, é importante entendermos, como já disse, os princípios que norteavam tal celebração no Antigo Testamento.
A festa da Páscoa não era nada mais nada menos do que uma deliciosa e reconfortante lembrança aos hebreus. Uma lembrança daquele que os havia tirado do meio do povo egípcio, onde serviam como escravos, humilhados e infelizes. Onde viviam acorrentados, com a liberdade cerceada. Uma lembrança de que um dia clamaram em alta voz a um Deus, todo poderoso que os ouviu e os libertou por meio de um homem “justo”, chamado Moisés. O que era o ritual singelo da Páscoa que não um memorial da liberdade! Cada ano, em cada festa eles se lembravam alegres que Deus, o Senhor, havia-os feito livres. Livres da servidão, livres do choro, livres da tristeza.
Entretanto, o que isso serve pra gente, criaturas pós-modernas do século XXI, com a mente cheia de conceitos inusitados e superelevados? Ora, pois! Vocês leram aquele pequeno versículo, posto acima? Além desse, pra uma reflexão mais abrangente, citarei outro: “Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.” (1 Co. 5.7b-8)
A celebração cristã é incrível, se comparada à celebração judaica. Nós, cristãos, fomos livres não apenas de uma servidão física e material; fomos livres de uma escravidão angustiante e mortífera, conhecida como pecado! Fomos livres não apenas de uma dor humana; fomos livres do domínio da maldita e nojenta morte (espiritual, primariamente, e por fim, física)! Nós, crentes na Trindade, confiados no sacrifício de Jesus fomos livres do abismo relacional que existia entre nós e o Criador! Oh que liberdade! O Cristo Filho, nossa páscoa, nos libertou! Somos VERDADEIRAMENTE livres! A Ele a glória, pelos séculos dos séculos! Ao Cordeiro de Deus que nos tirou de uma vez por todas das garras sangrentas do pecado e da carne sejam o louvor, desde agora até a eternidade! Amém!
Todavia, existe um “porém”. Nada é tão simples como parece! Eu poderia terminar essa reflexão pascal no parágrafo anterior, exaltando o Nosso Salvador; mas provavelmente, ela ficaria incompleta. Observe novamente, por gentileza, o versículo 8, do capítulo 5 de 1 Coríntios: “Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.O discurso de Paulo não apenas glorifica a Deus pela dádiva gratuita da salvação por meio da expiação do Cordeiro que foi morto. Ele faz questão de frisar nossa responsabilidade diante desse gracioso presente: somos chamados a despirmo-nos da nossa velha natureza, diariamente. Larguem a malícia do coração e a corrupção dos pensamentos, e alimentem-se com os pães asmos da verdade e da sinceridade! “Trocando em miúdos”, Paulo está dizendo: Irmãos, agora vivam de acordo com a salvação que foi oferecida a vocês por Cristo Jesus! Larguem seus velhos e inúteis conceitos maldosos e passem a se alimentar da verdade e da sinceridade! Comam o pão que Cristo oferece!”.
Assim, caro leitor, concluo: Precisamos diariamente celebrar a Páscoa, que é Cristo! Precisamos celebrar a Páscoa não mais com pães sem fermento e ervas amargas; entretanto, a celebração da vida diária envolve comer o difícil e seco pão da verdade e sinceridade; a celebração da vida diária implica em engolir seco o pães sem fermento. Implica celebrar a Cristo, vivendo do modo mais parecido com o que Ele viveu enquanto andava entre os humanos.
Fica-nos o convite: Engulamos em seco a nossa velha natureza, os nossos velhos desejos. E vivamos alegremente a vida que Cristo propôs-nos!
Viva a Cristo, nossa Páscoa! Viva à vida dos asmos!
Em Cristo,
Eric de Moura.

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