Com os olhos no lugar certo - Parte 1

A Paz de Cristo, leitores do Além Blog! Estamos iniciando uma série de textos, baseados no texto de 2 Timóteo 2.8-10. Para Paulo, os olhos do cristão precisam estar voltados para alguns aspectos da fé, afim de não desanimar frente a qualquer dificuldade. Veremos nessa série alguns desses aspectos, para a edificação da nossa fé.

 Precisamos olhar para Jesus para termos a fé fortalecida

“Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, descendente de Davi (...)” (v. 8)

Quando observamos o versículo 8 desse texto somos iluminados com as verdades espirituais por ele trazidas. Ah! Quanto refrigério ao ler o conselho afetuoso do velho apóstolo: “Lembre-se de Jesus Cristo, Timóteo!”. É patente a ênfase pastoral de Paulo, o cuidado, a preocupação, o anelo pela manutenção da fé de Timóteo. Para Paulo, não há meio melhor de manter e edificar a fé cristã do que relembrar aquele que nos salvou. No raciocínio do apóstolo, pode ser que em algum momento o cristão se esqueça de olhar para o Salvador. Para não deixar esmorecer a fé de Timóteo, Paulo olha para o passado próximo. Ele vê a cruz de Jesus, símbolo da nossa salvação.

Entretanto, o olhar de Timóteo não deveria dirigir-se apenas para Jesus Cristo, mas sim, ao “correto” Cristo. Aquele “ressuscitado dos mortos, descendente de Davi, conforme o meu evangelho” (v. 8). Quando o apóstolo escreve essas palavras, talvez ele esteja citando “algum hino ou fórmula litúrgica que fala de Jesus e sua natureza humana, particularmente de sua linhagem real como filho de Davi”[1], como nos diz o Comentário Bíblico Africano. É assombroso o quanto a Igreja Primitiva dava a Cristo, tudo para a Igreja era Cristo. Eles acordavam falando de Cristo, respiravam Cristo, pregavam Cristo, viviam Cristo. E melhor, o verdadeiro Cristo! Aquele de quem o mesmo Paulo cita em 1 Tm. 3.16, que “foi manifestado em corpo, justificado no Espírito, visto pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo, recebido na glória”. A Cristologia era forte na Igreja Primitiva. E Paulo traz à memória do jovem pastor que é necessário fitar o Calvário sim, mas não é bom que se fite apenas o sofrimento, a tristeza, as lágrimas da cruz. É necessário olhar para o Cristo Rei! É necessário olhar para o Ressurreto Jesus! “Olhe para o túmulo vazio, Timóteo!”. O túmulo vazio representa nossa liberdade, representa o fim do nosso sofrimento!

Quantos de nós não temos sofrido, irmãos? Quais as mazelas que afligem a nossas frágeis e abatidas almas? Seria o desemprego? Seria a fome? Seria a saudade? Seria a angústia por algum pecado cometido? Seria a tristeza por alguma ofensa recebida? Inúmeras coisas tentam nos tirar do foco, tentam mudar a direção da nossa visão. Existe uma canção muito bonita, do ministério Vineyard que diz assim: “Eu olho para a cruz/E para a cruz eu vou/Do seu sofrer participar/Da sua obra vou cantar”. O autor dessa musica aparentemente entendeu o que é olhar pra Jesus. Olha pra Jesus implica em partilhar dos seus sofrimentos e da sua morte, afim de que participemos de sua ressurreição, vida e vitória.

Portanto, irmão, caso sua vida esteja um caos, olhe sempre pra Cristo Jesus, o verdadeiro. O Rei Jesus, que foi ressuscitado dos mortos por meio do Espirito e que nos dá a vida e a fé, como nos diz o autor de Hebreus: “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb. 12.2 ARC).

Com os olhos fitos no Cristo Ressurreto,

Eric de Moura


[1] Adeyemo (2010:1516)

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