A paz de Cristo, irmãos! Estamos continuando nossa série de textos "Com os olhos no lugar certo". Lembram-se que Para Paulo, os olhos do cristão precisam estar voltados para alguns aspectos da fé, afim de não desanimar frente a qualquer dificuldade? Vamos, então, ao segundo aspecto que precisa ser observado para a manutenção da fé sadia em Jesus?!
Precisamos olhar para Jesus para termos a fé fortalecida.
“(...)Conforme o meu evangelho,
pelo qual sofro a ponto de estar preso como criminoso; contudo a palavra de
Deus não está presa” (v. 8c-9)
Após explanar sobre para
quem Timóteo deveria olhar, Paulo acrescenta outro enfoque importante da nossa
visão. O Cristo deveria ser lembrado de acordo com o evangelho do apóstolo
Paulo. Entretanto, na carta do mesmo Paulo aos irmãos da Galácia, ele escreve:
“o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi,
nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gl. 1.11-12).
Ora, pois, Cristo precisa ser conhecido por um único e verdadeiro meio, a revelação
plena de Deus, suas santas escrituras!
O apóstolo, mesmo em profundo
sofrimento na prisão romana, entendia que a verdadeira luz era aquela oriunda
das Escrituras. Segundo a tradição histórica, após a prisão domiciliar que Atos
28 registra, Paulo foi solto e fez mais algumas viagens, período esse em que
escreve 1 Timóteo e Tito, até ser preso novamente, entre 64-65 d.C. sob a
perseguição desencadeada pelo “famoso incêndio” da cidade de Roma, no período
do imperador Nero. Ele, então, foi preso e levado a uma prisão digna de
lágrimas, onde estavam os piores cidadãos romanos. Ali, preso, nas fétidas
masmorras romanas, com as pessoas mais desagradáveis, mais desprezíveis, vis e
dignas de morte. Entretanto, mesmo entre algemas, o grande apóstolo não culpava
a Deus pelo seu sofrimento, pela sua prisão. Ele entendia que o sofrimento é
consequência de uma vida de santidade e de esmero com a palavra de Deus. Como?
Ora, ele conhecia o evangelho que pregava, a ponto de chama-lo de “meu”. Conhecedor
nato do Antigo Testamento, a Escritura de seu tempo, Paulo se confortava com o poder renovador
do Evangelho. Ele compreendia que, embora ele estivesse preso, a Palavra é
viva. Ele entendia que um dia ele passaria, sua vida acabaria, mas a Palavra
continuaria a ser anunciada. A palavra não poderia, e não pode ser algemada.
Afinal, já nos disse o Discípulo Amado “No princípio era aquele que é a
Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus.” (Jo. 1.1). A Palavra é viva. A
Palavra esteve diante dos homens, e agora estava sendo proclamada por todo o
Império Romano. As forças de Nero não deteriam a força da pregação do Cristo
crucificado e ressuscitado, alvo do foco cristão. Quanto conforto para o jovem
Timóteo saber disso não? Era uma certeza de que ele poderia pregar
destemidamente e, mesmo que o fim de sua vida fosse parecido com o do velho
apóstolo, a Palavra continuaria a ser pregada.
E a Igreja do século XXI, o
que tem a ver com isso? Ah, irmãos! Quantos de nós não nos sentimos os donos da
Palavra, e que se nós não pregarmos, se um dia ficarmos impossibilitados por
algum motivo, ninguém mais o fará. Se não cantarmos ninguém mais cantará. Se
não doarmos ninguém doará. Irmãos, observem as Escrituras porque é nelas que
devemos fixar nossos olhares. Vejam se algum dia, desde o Antigo Testamento, a obra de Deus
deixou de ser feita porque um mero mortal não quis fazê-la? Isso jamais
aconteceu e jamais acontecerá. O apóstolo, Timóteo e a Igreja do primeiro século
compreendiam que a Palavra seria pregada de qualquer maneira e muitos
atualmente consideram-se melhores que eles. Queremos nos achar “os
insubstituíveis”? Ah, queridos! Entendam que Cristo precisa ser conhecido e nós
recebemos essa nobre função de anuncia-lo. Entretanto, caso rejeitemos a missão
que nos foi proposta, devemos pensar em duas coisas: em primeiro lugar, devemos
questionar nossa salvação, visto que ninguém que tenha sido verdadeiramente
salvo recusa-se a missão de anunciar a Palavra do Nosso Salvador e o próprio
Salvador. E, em segundo lugar, é necessário entender que a missão não foi dada
apenas a nós. Ninguém é insubstituível no Reino, embora todos tenham a sua
missão dentro dele. Mas, ainda assim, precisamos pregar entendendo que o
evangelho não é preso e nem poderá ser. Vamos pregar, com força e vontade,
entendendo que virão outros depois de nós que pregarão pra próxima geração. E
que Deus nos livre de qualquer ranço de arrogância cristã.
Com os olhos fitos no Senhor Jesus Cristo
e em Sua Revelação plena prossigamos,
em Cristo e por Cristo,
Eric de Moura
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