“Igreja e Política: Depende...”




“Depois de sua morte, ele se apresentou vivo a eles, em diferentes lugares, por um período de quarenta dias. Nesses encontros face a face, ele os orientou sobre assuntos concernentes ao Reino de Deus. Entre os encontros e refeições, ele os aconselhou a não deixar Jerusalém, mas a “esperar pelo que o Pai prometeu: a promessa que vocês ouviram de mim. João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo. E isso acontecerá logo”. Na última vez em que se reuniram, eles perguntaram: “Mestre, o senhor vai restaurar o Reino a Israel agora? Chegou o momento?” Ele respondeu: “Vocês não devem tentar descobrir a hora. Determinar o tempo é responsabilidade do Pai. Vocês vão receber o Espírito Santo, e, quando ele vier, vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até mesmo nos confins da terra”. Atos 1.1-8 AM
É possível dizer que a melhor ou pior resposta que alguém pode dar a uma pergunta se resume a uma única palavra: Depende...  É verdadeira a afirmação de Eric de Moura em seu artigo sobre a “dependência X independência”; parafraseio: “A Independência gerou e ainda gera a morte”. Então estou correto ou não ao dizer que tudo quanto compõe a Vida, seja de maneira objetiva, seja subjetiva “Depende”. Depende dos fatos, depende da hora, depende do tempo, depende da motivação, depende de Cristo.
Ler o texto de Atos 1 é também se deparar com alguns “Dependes” que o Reino de Deus está disposto a trazer com respeito as nossas motivações sobre política. Percebemos duas dimensões paralelas na conversa de Jesus com seus discípulos “pré-ascensão”. Uma condição primeira está drasticamente visível: Jesus conversava com eles sobre as coisas do Reino, havia um plano para realização da Proclamação do evangelho no coração de Jesus. Enquanto isso em nosso diálogo “Além” podemos tirar algumas conclusões sobre o que pensavam os discípulos: POLÍTICA. Eles estavam associando Política ao Reino quando perguntaram ao Senhor quando renovaria a condição Estatal de Israel, visto que este vivia sob dominação Romana?  A condição segunda daquela conversa era de que dominação Política e estatal, está (mesmo que não pareça) inteiramente sob o comando de Deus: “Determinar os tempos (Políticas e Governos) é responsabilidade do Pai” (v.7).  Entretanto não está totalmente incorreto dizer que, uma vez os discípulos fossem testemunhas de Cristo até os confins da terra provocando avivamento bíblico, as estruturas de governos seriam abaladas e em muito influenciadas, como de fato foram. A questão dos discípulos era: Até que ponto o avivamento do Espírito poderia influenciar as camadas Políticas-Estatais? Jesus por hora disse: Depende. “Saber e controlar depende do Pai, Influenciar depende de vocês, e isso, através do testemunho do Evangelho no Espírito”.
‘Até que ponto nós podemos influenciar na Política brasileira como comunidade-partícula do Corpo de Cristo?’
 Um título muito interessante de uma obra provavelmente muito interessante (desejo ler integralmente) é: “Religião e Política sim, Igreja e Estado não” de Paul Freston. Tal simplesmente pela dose de entrada pode responder nossa questão. O divisor entre Estado e Igreja é evidente, mas a influência do Evangelho e a política não se excluem.
Alguns pioneiros da Reforma protestante no séc. XVI como Martinho Lutero e João Calvino, precisaram se posicionar quanto ao Estado e a Política. Não fugiram diante da responsabilidade bíblica de influenciar como a “semente de mostarda e o fermento” pregada por Jesus como Ilustração do mover influenciador do Espírito entre e por nós, na prática e pregação do Evangelho de Cristo no mundo. É visto que quanto a Igreja e Estado os reformadores em alguns momentos possam ter se equivocado, mas o princípio da influência foi o “fator X”!
É difícil responder a essa pergunta difícil que ainda nos desafia. Diria eu outra vez: Depende. Não é escapatória! Realmente se você cristão, deseja influenciar na política seja como candidato à alguma das esferas do quadro político nacional; seja com seu Voto, Depende sim; De suas motivações, de seu relacionamento com Deus (O verdadeiro controlador da história e do tempo), de seu relacionamento com as pessoas (não são objetos de compra, venda ou manipulação, mas Vidas, construção original de Deus), de seu caráter, enfim; Depende.

No Eterno,
Marciel Diniz





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