Este ano tem sido um ano bem intenso, desde o
início temos vivendo fortes emoções neste país, depois da Copa do Mundo,
tivemos uma eleição que se configuraria uma das mais emocionantes da história.
E aí, rapidamente pudemos ver a criatividade brasileira sendo colocada em a
prova nas redes sociais. A cada frase, atitude ou notícia dada a respeito de um
candidato, rapidamente o Facebook era invadido pela memes.
Quem não falou de política este ano? Quem não
se aventurou em assistir pelo menos um programa do horário eleitoral? Quem não
reclamou que nossos políticos continuam da mesma forma? Quem não disse que eles
“são farinha do mesmo saco”?
Era quase automático fazermos um comentário,
compartilharmos um vídeo ou frase, ou “doarmos” nossos perfis para o candidato
que mais nos chamava a atenção. Às vezes num encontro no ônibus ou no metrô,
indo para o trabalho ou para a escola. Numa viagem no aeroporto e até no local
de reunião da igreja, durante estes meses de agosto até agora outubro sempre
arriscamos um palpite, uma opinião ou
uma propaganda sobre um candidato (a).
Nesta eleição, elegemos deputados estaduais,
federais e distritais. Governadores e a presidente Dilma foi reeleita numa das
eleições mais acirradas do país. Eleição essa que confirmou uma polarização de
mais de 20 anos, entre PT e PSDB.
Na campanha presidencial, tivemos trocas de
farpas, acusações. Os debates pareciam verdadeiras brigas de vizinhos, “ufc’s”
onde os golpes baixos eram os favoritos entre os candidatos. O que vivemos por
um instante foram mais trocas de acusações do que apresentação de projetos.
Mesmo que esta troca de acusações faça parte do jogo eleitoral, não precisava ter
sido tão baixo assim.
Infelizmente muitos de nós deixamos esse
espírito de “guerra política” suplantar a esfera do debate em nome dos
candidatos, para as nossas relações reais. Muitos se machucaram em nome de um
momento importante, mas que não deveria interferir na nossa convivência como
irmãos que somos.
Vimos o preconceito arraigado em muitos de
nós apenas se revelando neste momento tão intenso para a vida de todos nós. Com
a vitória de Dilma em todos os estados do Nordeste, a justificativa de parte
dos sudestinos foi que esses anos a mais do governo petista foi uma espécie de
culpa deles. Como se a maneira do Sul e Sudeste votar, fosse o padrão político
para todo brasileiro.
Bom, vale ressaltar que de maneira geral, sem
preferências partidárias, o brasileiro precisa se inteirar mais de política,
conhecer em quem vota, lendo o histórico de cada candidato, suas propostas e
convicções. É claro que uma “bolsa família” por si só não pode definir meu
voto, mas também como justificar uma expressiva votação em um Tiririca, ou em
outros personagens que revelam uma falta de compromisso sério com a minha
escolha política?
Bom, as escolhas foram feitas, agora é
preciso continuar a vida. Não podemos nos definir somente por essas escolhas,
que podem dizer em todas as esferas de cargos eletivos muitas coisas sobre nós
para o bem ou para o mal. Não podemos permitir que nossos laços de amizade
sejam rompidos pela polarização PT e PSDB. Não podemos permitir que uma riqueza
tão grande de cultura e história seja separada pela guerra partidária.
É preciso vencermos esse preconceito cultural
histórico no Brasil. Somos nortistas, nordestinos, sulistas, sudestinos,
centro-oestinos enfim, somos brasileiros! Creio que a eleição e grandes
momentos que nos trazem emoção, só revelam sentimentos arraigados em nosso
coração.
Mas vamos quebrar essa “polarização
cultural”. Devemos valorizar nossa formação cultural. Vamos vencer nossos
preconceitos mais profundos em nome da construção de um país melhor. Como o
Cristo nos ensinou “devemos amar o próximo como a nós mesmos” (Mc 12:31).
Como encontramos na instrução de São Paulo, o
evangelho é superação da cultura, pois “nesta
vida nova não importa a nacionalidade, a raça, a educação ou a posição social
de alguém; estas coisas não significam nada. O que importa é se a pessoa tem
Cristo ou não, e Ele é igualmente acessível a todos” (Colossenses 3:11)
NA
TRINDADE,
Andrei Sampaio Soares.
Comentários
Postar um comentário