O "Menino Sempre existente "

Devocional 3 | Por Luiz Eduardo Nunes

Miquéias 5.2: E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

O Natal na Bíblia:
É bem evidente o porquê de a data comemorativa do dia 25 de dezembro ser chamada "natal". Basta lhe fazerem a seguinte pergunta: "Qual a sua cidade Natal?" Sim. Tem tudo a ver com "nascimento", "origem". Em Miquéias 5.2, texto em questão, é profetizado que alguém teria como sua cidade natal Belém, que, a propósito, vem do hebraico bet lehem, significando "casa de pão" (DOUGLAS, p. 157). Quem era esse alguém? Jesus. De fato, o Novo Testamento revela Jesus Cristo nascendo nessa cidade, conforme a profecia (Lc 2.15-16).
Consideremos mais algumas palavras importantes desse versículo bíblico. "Pequena" vem da palavra hebraica "tsa" e às vezes poderia designar o último filho nascido a alguém com a conotação de insignificância, pois naquele tempo a primazia era do mais velho. Ademais, poderia também se referir a servos ou escravos (HARRIS, p. 1299), isto é, Belém era uma cidade insignificante como o último filho e como um servo, um escravo. Já o verbo "sair" vem do habraico "yatsa'" e é muito interessante. Vemos na Bíblia que Deus é o Deus que fez o povo de Israel sair do Egito, que fez a água sair da rocha, o mesmo que faz com que todos os dias o sol saia do oriente; a palavra sai da Sua boca (HARRIS, p. 643-644).
Junte todas essas informações e você perceberá o seguinte: Numa cidade comparada a um filho derradeiro, nasce o Unigênito de Deus, Jesus Cristo, o Deus-homem que veio "para servir, e para dar a Sua vida em resgate de muitos" (Mt 20.28). O Deus que já fez marravilhas com o verbo "sair", agora faz a maior das maravilhas enviando seu Filho ao mundo, como lemos em Miquéias: "de ti me sairá o que será Senhor em Israel". E o mais chocante vem a seguir: Essa não é a sua origem. O Menino nascido em Belém, na verdade, é o Deus eterno, sempre existente.

O Natal na sua vida:
Isso faz diferença para nós? Evidentemente. Quando chega o dia vinte e cinco de dezembro você ouve fogos, vê enfeites piscando nas janelas das casas e nas ruas da cidade e quem sabe até ganha presentes de familiares. Mas talvez nunca parou para pensar que essa é uma data onde se cai no esquecimento seu verdadeiro sentido: Natal... nascimento. É verdade que Jesus não nasceu nessa data. Algum dia, porém, há mais de dois mil anos, o nascimento mais inconcebível do universo se concretizou, isto é, o nascimento do Eterno Filho de Deus.
Não raro lutamos contra dilemas na vida. Parece que nunca deixam de existir. Para alguns, em particular, é uma dor que sempre lateja, uma lágrima que sempre brota dos olhos, uma doença que sempre progride, um problema que sempre cresce, uma mágoa que sempre se contorce no peito, um pecado que sempre bate às portas, um sonho que sempre se distancia. Para gente como eu e você, que sofre com tais dilemas da existência, existe uma boa nova que reluz vida abundante: Já nasceu o Menino sempre existente!
O amor de Deus se manifestou na história por meio de Jesus. Ele nasceu, morreu e ressuscitou para que não mais haja separação entre o homem e Seu Criador, trazendo vida eterna pelo Seu amor infindável. Não importa tanto que saibamos a origem do Natal quanto que saibamos que o verdadeiro Natal revela Alguém cuja origem é ainda mais inusitada, "desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Que Deus seja louvado pelo Seu grande amor encontrado nessa verdade tão insondável.

O Natal compartilhado:
Pense comigo. Se é motivo de alegria compartilhar o nascimento de um menino recém chegado ao mundo a ponto de contar para todos sobre o acontecimento no trabalho e na escola, e até escrever belas frases com imagens compartilhadas em redes sociais como what's up e facebook, quanto mais gratificante será falar de Jesus? Que tal começar a falar ainda mais entusiasmadamente do nacimento especial de que falamos aqui? Não espere mais tempo. Comece hoje. Tenha certeza de que sempre teremos uma oportunidade para proclamar o Menino sempre existente.



BIBLIOGRAFIA
Douglas, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. Trad. João Bentes. 3ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2006.
HARRIS. R. Laird. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Trad. Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1998.

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