Pensamentos soltos e
olhares vagos, lágrimas, abraços. Um silêncio impera entre o ajuntamento de
pessoas de forma ensurdecedora. Quando muito, balbuciamos algumas palavras
desajeitadas e frases de efeito, na reles esperança de que o coração em luto
seja reconfortado... Sim, a morte causa
tamanhos dilemas no gênero humano. Nessas horas, é possível que nos
perguntemos: "E se os mortos pudessem reviver? "
Na verdade, sabemos que
Deus ressuscita mortos e digo isso com plena convicção, mas quero ir mais além
com o amigo leitor ao dizer que Deus ressuscita os espíritualmente
mortos. Diz a Palavra de Deus: "Vocês estavam mortos em suas transgressões
e pecados" (Efésios 2:1; NVI). Percebe? As pessoas não estão apenas
morrendo sem Jesus. Na verdade, elas já estão mortas sem Jesus. Passo agora a
explicar o que isso tem a ver com missões.
Primeiramente, saiba que
mortos não gritam por socorro. Quantas vezes esperamos pregar um evangelho à
base de estímulos? Achamos que é preciso ouvir o clamor dos perdidos, como se
fôssemos o corpo de bombeiros esperando a chamada telefônica e o toque de
alerta, para então falarmos de Jesus. Pessoas sem Jesus às vezes parecem mais
com florestas que, embora peguem fogo, não clamam por ajuda. Afinal, como será
que Paulo sentiu-se em Atenas? (Cf. Atos 17: 32). Vale refletir. Não importa
como você se sinta ou como as pessoas pareçam desinteressadas e indiferentes à
mensagem salvífica, imagine que são vidas clamando por ouvir o que você tem a
dizer. Quiçá elas gritem sem percebermos: "Por favor, insista em mim.
Pregue-me o evangelho". Apenas não se esqueça de que mortos não clamam.
Em segundo lugar, saiba
que Jesus ainda ressuscita as pessoas. A sequência do texto citado inicialmente
da carta aos Efésios capítulo dois diz que, estando mortos em delitos e
pecados, Deus nos concedeu vida em Cristo. Que outra motivação é necessária
para pregarmos o evangelho? Estamos em um cemitério global. Mortas em delitos e
pecados, as pessoas cruzam nossos caminhos todos os dias em cortejo fúnebre e
Cristo nos chama para interrompê-lo, levando a mensagem da cruz, mensagem essa
que concede vida, salvação, regeneração. Não deveríamos ficar menos chocados e
maravilhados se os fisicamente mortos fossem ressuscitados, uma vez que o
milagre da salvação é um milagre bem maior e teve o preço do sacrifício do
Filho de Deus na cruz do Calvário.
Se em um enterro há
lágrimas, por outro lado deveríamos chorar pelas almas perdidas. Se diante da
perda procuramos palavras de consolo, por que não proclamar as palavras de vida
eterna aos desesperançados? Vidas estão mortas em seus pecados e estão morrendo
sem salvação, enquanto as boas novas já chegaram. Entende? Somos agentes da
vida. Portanto, não perca mais tempo para falar com o seu patrão, com o
professor da faculdade, nem com a balconista do supermercado. Proclame a
mensagem com sinceridade ao seu vizinho. Promova Cristo na sua escola.
Contribua para missões transculturais. Proclame cura espiritual para o parente viciado
em drogas e para o colega de trabalho com problemas na família. Fale de Jesus,
igreja, pois Jesus ainda traz vida.
Ore: "Senhor, ajude-me a assumir a minha vocação de discípulo-missionário de Jesus. Ajude a ser um anunciador de vida, para os 'mortos' espiritualmente, os desesperançados. Ajude-me a falar de teu Filho, aos amigos e estranhos: na vizinhança, escola, trabalho e nos momentos de diversão. Pelo poder do Espírito Santo. Amém"
Por, Luiz Eduardo Sousa Nunes.
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