até que se derrame sobre nós o Espírito lá do
alto, e o deserto se torne em campo fértil, e este seja conhecido como um
bosque. (Is 32.15)
Em tempos de seca, de reservatórios de água e hidroelétricas
funcionando em seus limites, de racionamento de águas em vários lugares, de
crises econômicas, políticas e sociais; problemas morais e crises no mundo
religioso, o que vemos no mundo é uma situação caótica, capaz de esvaziar
qualquer esperança de nossas almas. Isaias por volta de 700 anos antes de
Cristo, nos apresenta um cenário não muito diferente de nossa realidade. Isaias
32 nos revela um pouco desta calamidade.
O governo ideal
(Is 32.1-8)
Nos
versículos 1 a 8, o profeta nos fala de um rei justo governando. O verso 1,
mostra o rei governando com justiça, juntamente com outros príncipes. É como se
Isaias estivesse falando de um presidente justo, que tem muitos ministros que
seguem a mesma filosofia de governo. E estão lá para servir o povo. No verso 2,
em tom poético, Isaias diz que estes governantes servirão para dar abrigo
aqueles que necessitam. Neste governo não há espaço para aqueles que praticam o
mal. Os que veem não terão seus olhos fechados, e os com ouvidos, não deixarão
de escutar (v.3); pessoas insensatas terão entendimento e os que tem
dificuldade de falar, não mais terão tal impedimento (v.4).
Os valores não são deturpados, pois
os errados não são tratados como certo (v.5). O tolo, o que vive sem fé em Deus
e deixa de praticar o bem a quem precisa; o fraudulento, que pratica injustiça
aos mais necessitados; não tem vez nesse reino, pois os nobres, os que tem fé
em Deus, planeja e executa obras que honram a Deus e ajudam quem mais precisa
(vv.6-7). Alguns sugerem que Isaias esperava que Ezequias, fosse o rei-messias,
devido seu bom governo em Judá. Porém, este governo é provavelmente uma
predição messiânica, uma descrição do Rei que dirige o Reino de Deus, e do tipo
de governo que no futuro viria.
A
situação real (Is 32.9-14)
Isaias muda
o tom da profecia e se reporta a “mulheres despreocupadas”. Elas poriam ser
parte da alta sociedade de Jerusalém que estavam insensíveis a fé em Deus e a justiça
para com os carentes (v.9), que influenciadas pelos governantes egoístas de
Judá, mantinham seu status, promovendo então uma cultura de injustiça. Porém, a
situação iria mudar. Isaias anuncia a vinda de uma forte crise econômica, que
atingiria o “motor” da economia: a agricultura. Sem as colheitas das uvas, uma
das mais importantes fontes de renda, Judá se viria não mais em segurança, mas
em desespero (v.10).
O profeta lhes orienta para se
lamentarem, diante de tamanha calamidade (v.11). Deveriam se lamentar: pela
destruição dos campos férteis e das vinhas; pela terra, por que agora em vez de
terras apropriadas para a plantação, era hora de enfrentar os “espinho e sarças
(ervas daninhas)” (v.13); Deveriam se lamentar pela alegria na cidade, pois
esta certamente chegaria ao fim. Tudo mudarei em “mais de um ano”, as
preocupações voltariam, segundo Wiersb (p.45): “em 701 a.C. , quando o exército
de Senaqueribe invadiu Judá (...)”, isso aconteceu. Antes que o Senhor livrasse
Jerusalém da Assíria, estas mulheres despreocupadas sofreram com a possível
destruição da cidade, sacrificando seu luxo e suas necessidades mais básicas. A
situação foi de desolação no restante do país: palácios abandonados, cidades
fantasmas e etc. (v.14). Como viver com esperança em meio a esta situação? (Continua...)
NA TRINDADE,
Andrei Sampaio Soares.
Bibliografia:
Comentário Isaías. São Paulo: Cultura Cristã.
Comentário Proféticos. Santo André: Geográfica.
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