Vivemos em uma sociedade egoísta,
na qual todos pensam e produzem para satisfazer você. Ou melhor, para me
satisfazer. Enfim, para satisfazer o ego da nossa geração.
Os carros são feitos com design cada vez mais inovador, para
satisfazer a exigência cada vez maior dos clientes. Os restaurantes contratam
os melhores chefs de cozinha do
momento para satisfazer o paladar refinado de homens e mulheres que pagam e
exigem bom atendimento, agilidade e sabor impecáveis. Serviços de saúde
privados inovam e criam ambientes cada vez mais sofisticados para seus clientes
se sentirem mais satisfeitos. Tudo é feito para o homem e a mulher pós-modernos
se sentirem plenamente satisfeitos. Sim, nossa cultura de consumo incentiva o
egoísmo e o individualismo, baseado na premissa de que quanto mais pensarem em
“você”, mais feliz você será.
Hoje em dia, até no campo
religioso, as pessoas procuram igrejas onde elas se sintam bem e saiam
satisfeitas. O culto hoje em dia não é oferecido a Deus, mas a homens que
precisam entrar no “supermercado” da fé e escolher os produtos que mais agradam
o famoso ego. O evangelho de Jesus tem sido trocado por business e a graça salvadora substituída por jogadas de marketing –
algumas muito mal feitas, diga-se de passagem. Jesus é só um nome, que fica
escanteado na Igreja – que é dEle – porque homens precisam ser satisfeitos com
empregos, empresas, carros, curas e satisfações pessoais.
A máxima dos dias atuais é a
“selfie”, um autorretrato, uma foto de si mesmo. Tudo gira em torno dos
pronomes “eu”, “meu”, “minha”, “mim”. Sempre a primeira pessoa do singular é
evidenciada e subjuga a primeira do plural, com o “nós”, “nosso”. O resultado?
Pessoas infelizes, que nunca se satisfazem porque sempre pensam apenas em si e
jamais se saciarão olhando apenas para seus próprios umbigos.
Aprendendo com Jesus, o Mestre
por excelência, percebemos que o pronome “eu” é utilizado poucas vezes por Ele.
Na maioria das vezes, Ele usa “eu” para referir-se a alguma de suas qualidades,
visto que Ele sabia quem era, de onde vinha e para onde iria. Mas quando trata
da relação interpessoal, Nosso Senhor raramente usa a primeira pessoal do
singular. Ele prefere usar o plural.
Na oração modelo, registrada em
Mateus 6.9-13, o Pai que habita no céu é NOSSO, o pão de cada dia é NOSSO, o
perdão pedido é pelos NOSSOS pecados, o livramento da tentação é pedido para
NÓS, o Reino é Dele e vem a NÓS. Parece que Jesus recusa a ditadura do “eu
primeiro”. Ao contrário, aquele que quer seguir a Jesus deve negar-se a si
mesmo (cf. Mt. 16.24), abdicar-se dos seus interesses próprios e a exemplo de
Jesus não esperar ser servido, mas servir (cf. Mc. 10.45).
Te convido, leitor amigo, a
refletir com Jesus sobre a importância do “nós” e rever os conceitos da vida.
Temos vivido apenas para nossa satisfação pessoal, ou em algum momento nos
preocupamos em fazer outros felizes como nós? O pão da mesa tem sido negado ou
a mesa da nossa família é sempre farta de alimentos e de amigos à volta? Nossa renda
beneficia alguém, além de nós mesmos? Ficam aqui essas perguntas retóricas e de
foro íntimo.
No mais, lembre da velha canção:
“É impossível ser feliz sozinho!”
“Pai, ajude-me na tarefa de saber me relacionar com meu ego, seguindo o
Teu exemplo de viver em prol do outro, assim como fizeste dando Teu Filho para
salvar o mundo. Que eu esteja mais junto com minha família e amigos. Que gaste
mais tempo com eles, dinheiro com eles e oração com eles. Em nome de Jesus. Amém!”
No amor de Cristo (compartilhado
conosco),
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