Discípulo Radical: Morte

É necessário entender que morreremos um dia, é a lógica da natureza caída. E exatamente por isso, temos que pensar seriamente no que estamos fazendo aqui. 

Já passamos por vários aspectos de um discípulo radical: somos casa, espelho, devemos ser crianças (mas com maturidade), mordomos da criação, equilibristas. E chegamos aqui, o discípulo deve ter como característa a morte (conheça os demais textos da série). 

É necessário entender que morreremos um dia, é a lógica da natureza caída. E exatamente por isso, temos que pensar seriamente no que estamos fazendo aqui. 

Steve Jobs dizia que sempre acordava pensando que "aquele seria seu último dia" e, por isso, ele precisava dar o seu melhor. 

Como discípulos, nossa linha de pensamento deveria ser essa. É necessário entendermos sobre diversos aspectos a característica de morte. 

O primeiro aspecto é na salvação. 

Para sermos salvos é preciso que matemos nosso antigo eu. Aquele ser cheio de vícios e pecado. A Bíblia é muito clara: a barreira para a comunhão com Deus é o pecado. Se fosse depender disso, nós nunca conseguiríamos a salvação. Praticamente em todo instante estamos pecando: sejam em nossas ações ou pensamentos. 

É por isso que Jesus veio, tomou nosso lugar, nossos pecados, e morreu a nossa morte. A simples declaração de que "Jesus morreu pelos noss pecados" é o que basta. É pela fé em Cristo, pela Graça que alcançamos redenção, que alcançamos a salvação. O visto para o passaporte da vida eterna. Pense que, para ir aos EUA somente passear, um visto custa cerca de 500 reais. Cristo deu a vida dele para que conseguíssemos o visto para a eternidade. 

Mas para aceitarmos este visto, que já foi tirado, temos que aceitar a graça, e entender que temos que morrer para o pecado. Como diz Paulo em Romanos 6.11: "Da mesma forma, considerem-se mortos para o poder do pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus.". 

Um outro aspecto é sob a lei ilógica da natureza. Porque digo ilógica é simples: nós fomos feitos para viver eternamente, mas este plano caiu. Foi necessário Cristo para restabelecer a aliança, para nos dar uma nova chance. Com isso, a morte natural é somente uma etapa para quem está salvo, é somente um sono. 

Claramente que a morte nos choca, nos deixa tristes, mas só de pensarmos, que nos reencontraremos na eternidade e, que aquela pessoa não sofrerá mais aqui na Terra, já é motivo para darmos glória a Deus! Não devemos temer a morte, como diz em 2 Timóteo 1.10 que "Cristo Jesus destruiu a morte". Nosso salvador já a venceu! Não podemos deixar ela nos enfraquecer, nos fazer desistir, nos entristecer. A morte deve ser energético para seguirmos firme o caminho com Cristo. 

Mas para que isso aconteça é necessário de fato matarmos a nós mesmos. Sermos homicidas do nosso ego. 

"The Good Place"

Tem na netflix um seriado chamado "The Good Place". É um seriado de comédia, onde a história central se passa por uma garota chamado Eleonor e seus amigos do além. Ela morreu e foi para o "céu". Lá ela conhece 3 pessoas com as quais, depois de muitas idas e vindas, se torna amiga. E por que o céu em aspas? No seriado mostra que, na realidade eles não estão no céu. O inferno criou um novo tipo de tortura para as pessoas ruins, eles criaram o paraíso que farão você desejar o inferno, por assim dizer. Então lá só tem frozen, ela mora numa casa cheia de quadro de palhaços e por aí vai. Só que, para ela, de fato é o céu. E ela não foi uma boa pessoa aqui na terra: sempre destratou os outros, sacaneou, pegou todos e por aí vai... Então, ela faz de tudo para ninguém sacar que ela não deveria estar ali. 

Ela conhece um cara chamado Chidi, um filósofo que ela fala que foi uma péssima pessoa e pede para que ele a ajude a ser uma pessoa melhor. Aí ele começa a dar aulas de ética e moral a ela. E ela vai melhorando e estudando, e se dedicando cada vez mais, por isso, ela começa a perceber que tudo aquilo é encenação e, na verdade, eles estão no inferno. A história se desenrola nisso.

O detalhe é que para ela, já foi tarde, ela fez tudo errado aqui na terra. 

Quando aceitamos a palavra, quando aceitamos a verdade, quando aceitamos o amor à Cristo, nós não podemos ficar somente no blá-blá-blá, temos que tomar atitudes, e de fato ser discípulo de Cristo.

Temos que aceitar e entender que haverá perseguição! 

Neymar e Kaká

Quer um exemplo? Na Copa do Mundo, em todo jogo do Brasil, o Galvão chama a galera do Olodum da Bahia, lá do Pelourinho. O Olodum é uma banda de raíz afro, que traz consigo toda a ideologia e filosofia pagã destas religiões. Mas o estado é laico e concordo que cada um pode pensar e fazer o que bem entender. Mas e quando o Neymar levanta a mão pro céu e agradece a Deus? Muitos da imprensa o criticam, aonde está a laicidade do Estado? Só vale para os não-cristãos? Pra mim, um dos maiores exemplos no futebol disso é o Kaká. Ele, durante toda a carreira, agradeceu cada gol e cada conquista a Deus. Juca Kfouri, grande jornalista esportivo, sempre fez duras críticas ao Kaká, dizendo que não, não era Deus, eram méritos do próprios do Kaká. Consegue perceber a perseguição, pequena, mas perseguição, velada? Hoje em dia, está muito maior. 

O discípulo deve entender que ele sofrerá perseguições, que terá que dar a cara a tapa, e falar do amor e da verdade que é Cristo com a mesma empolgação que falou sobre política em 2018! 

Voltando ao seriado "The Good place". A história se desenrola, até certo ponto que a juíza define que os 4 amigos irão voltar a terra, no momento de sua morte e que, o cara do mau que projetou aquele paraíso fake, salvará todos eles da morte para eles terem uma nova chance na terra, afinal, se foram bons aqui, na eternidade, podem ser bons lá. Só que tem um detalhe, tudo que aprenderam e vivenciaram no além, eles esquecem. Quando voltam a terra a história se desenrola, tomam boas e más atitudes, até que, descobrem que o Michael (criador do paraíso fake) é um ser de outra dimensão, e, com isso, descobrem também que, não adianta o que farão aqui na terra, suas vidas já foram condenadas ao inferno. 

Eles tem em primeiro lugar um acesso de loucura, sentam, conversam e resolvem montar uma equipe de resgate. O destino deles já está selado, eles irão para o lugar ruim, mas eles podem ajudar muitas

pessoas a serem pessoas boas, pra que elas consigam ir ao lugar bom. Não é uma ótima atitude?

Veja, nós, cristãos, como discípulos de Cristo temos uma motivação muito melhor, nós sabemos que a morte é somente um sono, sabemos que a recompensa pra quem aceita a Graça e mata seu ego cada dia para que Cristo viva em si é a salvação, a vida eterna. Nossa motivação é muito boa! Não está na hora de criarmos uma liga da salvação e ir atrás de pessoas para que elas conheçam a verdade e sejam boas? Não por elas simplesmente, mas porque Cristo passará a morar nelas! 

Nossa motivação não é vã, não é morta, a nossa motivação vive, Ela Reina, Ela ama! Nossa motivação nos deu a ordem de ir a todo canto e pregar o evangelho. Nossa motivação vivenciou todas as mazelas, tentações e angústias da carne para conseguir nos salvar. Nossa motivação morreu e depois de 3 dias ressuscitou. 

Portanto, é necessário morrer, é necessário pregar a morte, é necessário pregar a Cruz, para que Cristo viva em cada um de nós, para de fato sermos discípulos!

Matheus Longo Mendes.